Defeito para uns, charme para outros, o certo é que não conseguimos passar sem observar a presença deste afastamento entre os dentes centrais da maxila, o que comprova a força de atração que nossos olhos têm ao incidir sobre a boca, principalmente quando ela sorri. Se o sorriso for bonito é razão de admiração, havendo algum defeito, nossa concentração visual é voltada para ele, principalmente se for num ponto bem central da boca, como é o caso dos diastemas. Sua causa pode ser o freio labial, que une o lábio à maxila, não ter retrocedido convenientemente e ficado aí unido durante a erupção dos incisivos centrais permanentes. Alguns têm a sorte dele se fechar sozinho, à medida que a dentição se desenvolve e busca espaço para crescer. Nos casos em que ele não se fecha, o motivo que o determina pode ser outro, como talvez a presença de dentes extras que não nasceram, problemas com a oclusão ou pressão lingual.
Nos casos em que o motivo for determinado por pressões, constatado por uma isquemia (branqueamento por ausência de sangue) na zona da papila ao puxar-se o lábio e seu freio, o diastema acontece porque o lábio está hipertrofiado (apresentando desenvolvimento excessivo). Para este motivo, fazendo-se a extirpação desta aderência do freio à papila, a tendência é a diminuição do diastema. Noutros casos, corrige-se pelo uso de aparelho ortodôntico, mudando a posição errada dos incisivos laterais e caninos, que para se posicionarem adequadamente, levam os dentes centrais para o seu devido lugar. Quando o fato causador for por espessamento do tecido ósseo da região, somente uma cirurgia pode corrigi-lo. Uma alternativa é corrigir o defeito através de restaurações estéticas por adição de resinas que se unirão por fotopolimerização (uso da luz para endurecer a resina) aos dentes aumentando seu volume, corrigindo a estética, sem interferirem na parte vital do dente.
A principal razão que leva as pessoas a buscar tratamento para os diastemas é estética. Sentem-se mal com o defeito e acham que esta abertura enfeia seu sorriso. Outra é a psicológica, principalmente pelo fato de muitos fazerem perguntas e comentários, alguns pejorativos a isto, pela repetitividade, o irritar. A correção, no caso, seria uma forma de livrar-se destes inconvenientes. Para outros, a busca de tratamento é fonética, já que esta abertura, de vez em quando, provoca sons indesejáveis e noutras não permite entonações certas. Todas estas razões são mais comuns na infância e adolescência. Quando a procura por tratamento se dá na fase adulta, um dos motivos é simplesmente mudar a aparência ou ganhar uma nova força no sorriso. Este tipo de restaurações tem tanta propriedade, que esta mudança pequena altera toda a expressão facial, talvez porque, em alguns casos, seus portadores passaram a vida inteira tentando minimizar o defeito, procurando omiti-lo pela limitação do sorrir e agora tendo o diastema fechado, sentem prazer redobrado para sorrir.
Se o diagnóstico tiver sido o freio, seu Dentista poderá, em uma pequena manobra, resolver o problema. Se forem necessárias modificações na posição dos laterais e caninos, o ortodontista é o especialista indicado para este procedimento e, no caso da solução ser pela restauração estética, esta poderá ser feita pelo seu Dentista que, se entender necessário pela dificuldade que alguns casos extremos apresentam, pela cor, forma ou tamanho do diastema, irá encaminhá-lo a um especialista em dentística restauradora. O mesmo acontecerá na situação em que houver necessidade de um ortodontista. Outras alternativas mais apropriadas poderão ser avaliadas em conjunto pelos dois especialistas, inclusive uma ação conjunta de ambos.